Saturday, November 30, 2013

BIFURCADA

Ela me disse.
Ele escondia.
Ela cantava.
Ele escrevia.
Ela provoca.
Ele desvia.

Eles trançavam
Folhas
à
Dicentrina.

Thursday, November 28, 2013

Redimensionamento

Me avise se encontrar o dispositivo que resume tudo isso
ao esquadro de nada,
ao pedaço de merda,
a um cd de aluminio-em-lata,
a um pequeno ladrilho-de cera.
À aquilo que nasce
e mata
Que jorra
e cala
Que "live"
e fala
Mesmo, sem dever, o que devia.

E
Quem sabe,
Talvez assim
Se salve
O pouco de humanidade
Que aflora
No estranho Curriculum
Lattes
Dos tempos da Terra
às horas
d'Aqui.


Saturday, November 23, 2013

M U S I C A

O mundo inteiro desaba
- E ela continua aqui.

Atravessa o corpo
Em Lapsos de pensamento.

E quando menos se espera -

Lá nos
vamo-nos
dançar...


Wednesday, November 20, 2013

Yin Yang

Nossos braços.
Entrelaçados.
De
Olhos Claros
De
Mãos Negras
De
Incolor
Amor transado.

Nossos corpos.
Espalhados.
Como um.


- Nosso riso, aberto e certo. Nossas almas, ao mais e ao menos. Nós pra tudo, Pro som Pro mudo Pro mundo - Nosso olhar, há de nos levar, pra sermos sempre.

Os seus lábios.
Trancafiados.
Entreabertos nos meus. 

E as mãos
As Pernas
Pressão
Dispersas
Disposição
Completa Você completamente Em mim. 
Completa. Completamente 
A mim,

Completa.  - Ana Esther Gomes e Eliezer Júnior

Monday, November 18, 2013

Desvida

O vício era simples: Reler cartões postais antigos-
E lamber o selo.


Não por nada específico. Apenas queria relembrar grafias de pessoas conhecidas

Outrora próximas... Queridas -
E lamber o selo. 


A madrugada sempre lhe trazia um mormaço pegajoso,
Uma nostálgica calmaria,
Toda ela, n'alma embebida
E uma vontade louca, descabida!
de lamber o selo. 


Nada mesmo em todo mundo responderia 

O por que de tanto lodo.   
Esse querer que nutria 
Essa sua boba mania
de lamber o selo. 

Pós toda a métrica habitual e ritualística,

Algumas lágrimas se misturavam
Ao suor de seus dedos, 

Ao teor de seus medos, 
À laços, À unhas, À pelos, cabelos -
Saliva 
de cada lambida

que dera 
no selo. 

E o glacê desse poço

Era o que dava gosto
Ao presente-passado-selado  

E o dia cada de nosso pão que seguia
sem vontade,
sem graça,
sem selo -

Sem vida.

Sunday, November 17, 2013

Daquele ângulo estranho

Ele disse que não podia falar.
Estava muito próximo e preferia deixar
Uma mensagem na secretária eletrônica
Ou "por inbox mesmo".

- Tá bom! Onde te encontro, então?
- Qualquer Rede dessas da vida; prefiro nos ver por lá!

Saturday, November 16, 2013

Incerteza

Por um rompante. Só um impulso. 
E ela passa a porta,
do lado de fora de casa.
Decide e não adianta.
Independente do que aconteça - Ela não vai voltar.


A noite é quente,
Salítrica e traiçoeira.
Em cada calçada que encalça,
O ladrilho do asfalto - estroveja.
Alguns carros.
Ruídos moídos-de-Poeira.

E ela ainda,
no chão - fixa.
Apesar do caminho - fica.
Olha os retratos,
dos instantes que restaram,
de segundos atrás..

Se soubesse o que seria
Mesmo assim assim o faria?

- Eu não sei. 

E na verdade, nunca saberia.