intermi-tente

Hoje nossos olhos se entrelaçam
diante das mágoas delatadas
e expulsas/exorcizadas 
de nosso ser.

Hoje nos olhamos e nos abrimos
para a possibilidade de nos
transbordar novamente 
em amor.

Ontem foi difícil de esquecer,
e não chorar a dor que se chora
calada e
sozinha.

Ontem a mente andarilhou,
cambaleante 
por entre desertos
distante e
aflita.

E .o amanhã, que dirá de nós?

gostaria de esquecer

Acho que nunca mais vou conseguir te amar como te amei (um dia)
A cicatriz dessa dor parece não esmaecer nem por fora 
ou por dentro
Com tanto ódio disparou 
e deixou em pedaços
tudo aquilo em minha testa
Com tanta raiva
Tanto ódio
E o sangue 
Parecia nunca estancar
Igual a esta dor que continuo 
sentindo 
E insiste em não sumir
de vez

Gostaria de esquecer 
tudo isso 
Mas ainda me lembro
Já faz pouco tempo
E eu ainda me lembro

sussurros

~
Deixe-me chorar
o canto das vozes dos
espíritos
de outrora 
~
Eles me 
sussurram 
sagrados
segredos
~
Aos prantos
os santos 
me contam
de um pouco
de tudo
e
Eu choro
~
Não sou mais
menina apaixonada
~
Sou mulher sofrida,
portanto,
E trago em mim as 
marcas
de tanto 
~
Não mais fujo,
Me entrego à melancolia
Sempre tão presente
sílvica
Melancolia
Sempre 
tão inerente
à mim
~