Se por um lado Eduardo sentia falta de Pâmela - e talvez cultivasse algum receio
por te-la deixado sair assim, porta a fora, sem olhar nos olhos - havia, também, uma tranquilidade absurda dentro de seu Universo.
do vento na janela,
do assobio na porta.
Aceno do sol alastrado no dia.
- Bom dia!
- Boa tarde, né, meu bem?
- Nossa que horas são?
- Acho que devem ser umas quatro, talvez...
Rana era ruiva e revolta. Acabara de acordar
sem senso de tempo e espaço,
mas convinha-lhe a certeza de que aquela informação, dada por Eduardo, era equivocada.
Sai do closet. Esbarra num copo de whisky.
Anda pelo quarto. Atravessa a escrivaninha.
- Aqui. Aqui ó! Que quatro o que? Nem deu duas horas ainda! - certificou-se no rádinho de pia, que estava em cima da tampa, do criado mudo.
- Porra! Tinha certeza que já eram quatro! - Eduardo se aproxima da janela, traz consigo uma garrafa de rum pela metade. - Vai ficar por aqui? Vamos almoçar juntos?
- Não sei. Estava pensando em dar um pulo em casa. Sabrina ta sozinha a dois dias.
A verdade é que Rana revolta não suportava aquele cheiro de álcool dormido. Lhe dava nojo toda aquela balburdia armada. Só aceitou o convite porque já estava, a três dias, alta:
3 dadinhos de LSD
e
2 gotas dropadas.
Ilustração Agnes Cecile
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