Rana era ruiva e revolta em demasia. Mas quando virava as chaves na tranca da porta de casa, o descanso imperial se apoderava de seu corpo,seus pensamentos,suas guias.
- Ainda bem!
Conseguia respirar. Não que suportasse muitos desaforos normalmente,mas chegar aonde chegou noite passada... Não podia !
- Que droga!
A bota preta de couro esbarra na comida de Sabrina.
- Só espero que ainda tenha ração na dispensa.
Eduardo sempre convencia Rana a fazer o que queria.Mesmo que não quisesse,Mesmo que não tivesse a menor paciência pra aquele bando de burguesinho surfista que compunha a ladainha interminável dos primos da família,
Rana acabava indo pros programas drogados que Eduardo propunha.
D'uma vez era uma ilha no sul da Indonésia cheia de mosquitos, chuva e narcóticos artesanais do oriente.
D'outro dia, um navio ancorado entre a ilha de Tortuga e o Caribe - mais mosquitos, ondas, calor, chuva e outros narcóticos orientais com tempero "de porção setentrional"
Rana trouxe de lembrança, d'umas dessas viagens esdrúxulas,
um tabladinho de papoula.
Extrato belo, ovulado - lembranças d'um Irã transluzente.
Ficou lindo no centro do quarto.
Branca, brilhosa.
Parecia uma pedra encantada.
No meio das cortinas, feitas tipo renda, vinho-aveludadas
O pilado lá era o lustre do recinto!
Refletiam lembranças do músico,
Tarso.
Do comércio em Mashhad, ele parecia o mais pobre de intenções,despreocupado.
Tinha só uma cítara,alguns panos de linho e seda,
e um sorrisomoreno,engraçado
- Belíssimo!
- Are you lost, ma'am?
Foi a primeira frase de Tarso pra Rana.
Sua voz rasgada percussionava seus tímpanos até trazer o degrau pra outra dimensão.
- No - responde Rana com muita dificuldade, e todo seu poder de concentração - I'm fine, I just.. I've got to find my friends.
Sol no rosto,Tantos tecidos no corpo,
mais a Luz nos olhos...
A consciência de Rana escoara
- Era a Aluição.
Fluido, Deslocamento.
Seus olhos foram deslocados pra dentro, Seu corpo deslocado pr'o chão.
Rana ruiva estava agora caída no meio do Mercado com os lenços embaralhados sobre os braços e os lábios vermelhos no piso de terra.
CAPÍTULOS ANTERIORES:
Cap I - Last Night
Cap II - Happy New Year
Cap III - Deep Inside
Cap IV - Another Step
Cap V - Across The Universe
- Ainda bem!
Conseguia respirar. Não que suportasse muitos desaforos normalmente,mas chegar aonde chegou noite passada... Não podia !
- Que droga!
A bota preta de couro esbarra na comida de Sabrina.
- Só espero que ainda tenha ração na dispensa.
Eduardo sempre convencia Rana a fazer o que queria.Mesmo que não quisesse,Mesmo que não tivesse a menor paciência pra aquele bando de burguesinho surfista que compunha a ladainha interminável dos primos da família,
Rana acabava indo pros programas drogados que Eduardo propunha.
D'uma vez era uma ilha no sul da Indonésia cheia de mosquitos, chuva e narcóticos artesanais do oriente.
D'outro dia, um navio ancorado entre a ilha de Tortuga e o Caribe - mais mosquitos, ondas, calor, chuva e outros narcóticos orientais com tempero "de porção setentrional"
Rana trouxe de lembrança, d'umas dessas viagens esdrúxulas,
um tabladinho de papoula.
Extrato belo, ovulado - lembranças d'um Irã transluzente.
Ficou lindo no centro do quarto.
Branca, brilhosa.
Parecia uma pedra encantada.
No meio das cortinas, feitas tipo renda, vinho-aveludadas
O pilado lá era o lustre do recinto!
Refletiam lembranças do músico,
Tarso.
Do comércio em Mashhad, ele parecia o mais pobre de intenções,despreocupado.
Tinha só uma cítara,alguns panos de linho e seda,
e um sorrisomoreno,engraçado
- Belíssimo!
- Are you lost, ma'am?
Foi a primeira frase de Tarso pra Rana.
Sua voz rasgada percussionava seus tímpanos até trazer o degrau pra outra dimensão.
- No - responde Rana com muita dificuldade, e todo seu poder de concentração - I'm fine, I just.. I've got to find my friends.
Sol no rosto,Tantos tecidos no corpo,
mais a Luz nos olhos...
A consciência de Rana escoara
- Era a Aluição.
Fluido, Deslocamento.
Seus olhos foram deslocados pra dentro, Seu corpo deslocado pr'o chão.
Rana ruiva estava agora caída no meio do Mercado com os lenços embaralhados sobre os braços e os lábios vermelhos no piso de terra.
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Cap I - Last Night
Cap II - Happy New Year
Cap III - Deep Inside
Cap IV - Another Step
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