Tuesday, December 24, 2013

O Canto d'Iara



Ilustração: Sveta Dorosheva. 

Reza a lenda que o canto da sereia. 
iluminara ilumiara
se Encantara por aí...

O seu canto era pairante, 
Deveras, alucinante.
Ia Iara, Iluminatta
Cantara Iara por aí.

N'um tom de rubra
Timbre marinho
Ao som de púrpura.
Redemoinho.

Translucidara
Contrariara
Avariava
Por tez-matiz

Tão bela Iara,
Amar-me-ara
Me alucinara au revoir!

Monday, December 23, 2013

Discrição

Ela poderia simplesmente ter fingido
Que nada tinha acontecido,
Que nada tinha visto,
Que aquilo, não era aquilo.

Mas se assim o fizesse,
Ela não seria ela,
Sua doçura não seria suave,
E seus olhos
não seriam
o meu
fascínio.



Sunday, December 22, 2013

Retratos

Esta noite lembrei de como nós éramos
Quando nos éramos
Estranhos.

[Um
Para
o
outro.]

Saturday, December 21, 2013

Semipausas

Vá devagar
De - va - ga - ran - do. 
Cada devaneio

Dianteiro
Distratante

Derra...deeeeeeei...ro. 


Eu diria,

Vá divagar....

Wednesday, December 18, 2013

Recesso

Ela disse adeus
Pois já era tempo.
Me falou que "o mundo
Se adentrou-adentro"
E prometeu que tudo
- em outro momento -
Se iría
acertar-se-ia

Assim, disse-lhe
Que-lha compreendo
Que um dia tudo
- em algum momento -
Mesmo n'um segundo,
N'um traço de tempo,
Haveria-se,
Assim de
Se acertar (se)

Mesmo assim agora,
- Inda não entendo
Por que todo o adeus
- Eu não compreendo
Dado com cuidado
E cautelamento
Sempre traga maços
De quem  eu quero
Ter sempre
Ao meu lado
Ou deveria
Sempre
Estar (do)



"Nossos braços. Entrelaçados ..."

Thursday, December 12, 2013

Questões do Escritor.

So then... Should I stay or should I go?

Estórias de Bolso: Eduardo e Pâmela | Capítulo I - Last Night

Aos poucos as imagens do quarto iam tomando forma.
Mãos pr'um lado, pernas pro outro.
E um muco pegajoso que escorria pelo seu corpo.

What the fuck...?!

Levanta-se cambaleante enquanto espaira o comodo a volta:
Meias,
Canivetes,
Garrafas,
Algemas,
Pelúcia,
Duas pessoas,

E uma cobra.

Uma serpente que se arrastava lentamente
No chão
do quarto.

Aquele movimento lhe estremeceu por dentro.
Queria senti-lo
Queria enfiar aquela cobra todainteira, em si!
Sentou-se à frente de um espelho
E começou a se tocar...

Enquanto sentia seu corpo -Ainda coberto por aquele muco-
Alguns flashs da noite passada,
Volviam à memória:

Danças - música -
Alcohol, Banheira,
Roupas - vestidos -
Doce,
Tintas,
Pó,
Quinas,
Corpos,
Ursos,
Gostos,
Gala (...)

Huum,hum, aa,

Alguns muitos berros
Enfim, no momento d'agora -
Suspiros...

Esfolou a pele de tanto tocar.
E aquilo que escorria por entre as pernas,
Só abrilhantava ainda mais
A vermelhidão do lugar.

 hum, I've go to go... I've got to try to stand it up ...


- Bom dia, Flor do dia!

- Eduardo? Que você ta fazendo aqui?

- Esqueceu de tudo, foi? Eu que te trouxe aqui. Estamos no meu close it, Pâmela. Meu mais novo Santuário da Várzea!

- A gente chegou a transar? Ou foi só mais um daqueles seus joguinhos imbecis?

- Porra... Boa pergunta... Eu acho que não rolou nada não...

Alguns segundos de silêncio. Pâmela olha para as pernas e tenta se cobrir com uma camiseta que está jogada no chão.

- Você é idiota, Pâmela? Claro que transamos!  E também...Fizemos meus "joguinhos"... óbvio! Uma coisa não anula a outra. E agora você pode até falar mal, mas sempre gostou de ser minha convidada de honra.. Não é?

Eduardo deixa a garrafa que segura num canto, em cima da mesa, e se aproxima.

- o que foi, minha linda? hein?

Se agacha
E levanta Pâmela pelas mãos.

- Você sabe que eu te aceito assim como você é.. Não sabe?

Acaricia seu rosto,
E os dedos tocam
sua boca.

- Você sabe que eu amo esse seu corpo, não sabe?

Ele olhou em seus olhos e se manteve em silêncio.

I don't know if you're man,
I don't know it you're woman 
If you're old or younger
I just know that you understands me 
You know How I works
You understand the waay i feel...

Então do fundo da alma, lhe veio, a seguinte sentença:


- Eu te amo, Pâmela!


PRÓXIMOS CAPÍTULOS: 

Cap II - Happy New Year
Cap III - Deep Inside
Cap IV - Another Step
Cap V - Across The Universe

Cap VI -
The Flower





Wednesday, December 11, 2013

Monday, December 9, 2013

Embalagem

Abrigara algo lindo intra-íris...
Hoje, o brilho-opaco de seus olhos
desnuda a alma que lhe foi roubada.

Resta  apenas a embalagem.


Sunday, December 8, 2013

Esquezofrenia (Mellanie's Thoughts)

People used to tell I can't forget everything I did
But ...
Inside my mind, there's no results to count,
So...

What you have done before starts the Now?
(...)
Tell me where you've been before Here?
(...)

There's lyrics inside my mind,
And I can't shut up all these voices...
(...)
I don't want to live just one Life.
I cant'...
And I wont,

E ponto!


Tuesday, December 3, 2013

A Íris

Pupila
de
Olhos.
Impressão
Digital dos fatos
Expressão
Real Da Alma,
Abertura
Adimensional da Vida.

Sunday, December 1, 2013

Sonhos d'uma Noite de Verão.


O medo já escorria pelos seus dedos muito antes daquela nuvem de estrelas.
Os cristais-violeta aumentaram ainda mais sua ânsia de morrer sem ser vista -
(A olhos nus)
Quando as sombras lhe encostaram na parede, outras criaturas choraram
Pediram, imploraram
Para que não os levassem assim,
Para que a deixasse chegar em casa.

E com uma brecha de vapor,
Todos fugiram - excepto a maioria.

Elas correram
Rua a dentro
noite a baixo
Vida a fora -
Agonia.

Passos cinzas,
Velas vagas,
E a Angustia.
Aquela angustia que se dá
Quando o ar é comprimido.

Ao final de todo o ocorrido,
Chuva
Sã e serôdia
Veio velejar
o Profundo escondido
de cada
Razão...


Todos chegaram em casa.


Saturday, November 30, 2013

BIFURCADA

Ela me disse.
Ele escondia.
Ela cantava.
Ele escrevia.
Ela provoca.
Ele desvia.

Eles trançavam
Folhas
à
Dicentrina.

Thursday, November 28, 2013

Redimensionamento

Me avise se encontrar o dispositivo que resume tudo isso
ao esquadro de nada,
ao pedaço de merda,
a um cd de aluminio-em-lata,
a um pequeno ladrilho-de cera.
À aquilo que nasce
e mata
Que jorra
e cala
Que "live"
e fala
Mesmo, sem dever, o que devia.

E
Quem sabe,
Talvez assim
Se salve
O pouco de humanidade
Que aflora
No estranho Curriculum
Lattes
Dos tempos da Terra
às horas
d'Aqui.


Saturday, November 23, 2013

M U S I C A

O mundo inteiro desaba
- E ela continua aqui.

Atravessa o corpo
Em Lapsos de pensamento.

E quando menos se espera -

Lá nos
vamo-nos
dançar...


Wednesday, November 20, 2013

Yin Yang

Nossos braços.
Entrelaçados.
De
Olhos Claros
De
Mãos Negras
De
Incolor
Amor transado.

Nossos corpos.
Espalhados.
Como um.


- Nosso riso, aberto e certo. Nossas almas, ao mais e ao menos. Nós pra tudo, Pro som Pro mudo Pro mundo - Nosso olhar, há de nos levar, pra sermos sempre.

Os seus lábios.
Trancafiados.
Entreabertos nos meus. 

E as mãos
As Pernas
Pressão
Dispersas
Disposição
Completa Você completamente Em mim. 
Completa. Completamente 
A mim,

Completa.  - Ana Esther Gomes e Eliezer Júnior

Monday, November 18, 2013

Desvida

O vício era simples: Reler cartões postais antigos-
E lamber o selo.


Não por nada específico. Apenas queria relembrar grafias de pessoas conhecidas

Outrora próximas... Queridas -
E lamber o selo. 


A madrugada sempre lhe trazia um mormaço pegajoso,
Uma nostálgica calmaria,
Toda ela, n'alma embebida
E uma vontade louca, descabida!
de lamber o selo. 


Nada mesmo em todo mundo responderia 

O por que de tanto lodo.   
Esse querer que nutria 
Essa sua boba mania
de lamber o selo. 

Pós toda a métrica habitual e ritualística,

Algumas lágrimas se misturavam
Ao suor de seus dedos, 

Ao teor de seus medos, 
À laços, À unhas, À pelos, cabelos -
Saliva 
de cada lambida

que dera 
no selo. 

E o glacê desse poço

Era o que dava gosto
Ao presente-passado-selado  

E o dia cada de nosso pão que seguia
sem vontade,
sem graça,
sem selo -

Sem vida.

Sunday, November 17, 2013

Daquele ângulo estranho

Ele disse que não podia falar.
Estava muito próximo e preferia deixar
Uma mensagem na secretária eletrônica
Ou "por inbox mesmo".

- Tá bom! Onde te encontro, então?
- Qualquer Rede dessas da vida; prefiro nos ver por lá!

Saturday, November 16, 2013

Incerteza

Por um rompante. Só um impulso. 
E ela passa a porta,
do lado de fora de casa.
Decide e não adianta.
Independente do que aconteça - Ela não vai voltar.


A noite é quente,
Salítrica e traiçoeira.
Em cada calçada que encalça,
O ladrilho do asfalto - estroveja.
Alguns carros.
Ruídos moídos-de-Poeira.

E ela ainda,
no chão - fixa.
Apesar do caminho - fica.
Olha os retratos,
dos instantes que restaram,
de segundos atrás..

Se soubesse o que seria
Mesmo assim assim o faria?

- Eu não sei. 

E na verdade, nunca saberia.