De lá, da água

D'outro plano,
de outro meio,
n'outro tempo 

Assim se quis,
E assim nos batemos

Você é o elo. 

E  continua sendo.

Nunca será o que você espera

Não espere de mim nada do que o seu 
cerne pode transpor ao cérebro.

Não entregue a mim os aspiros maniqueístas
de nosso tempo.

Não os debruce sobre a mesa.

Não os acolha numa noite de chuva

Não os abrace quando sentir medo do inesperado-invisível

Não acredite, não lhes dê ouvidos

Eles trairão seus vislumbres 
E atearão fogo n'onde moram suas certezas e expectativas. 

Pois o que sai de mim

Nunca será correspondente,
adequado,
digerido
ou facilmente rotulado.

Não pertenço,
não me encaixo,
não atendo,
não me enquadro,
Não sou parte,
não o faço,

E o meu canto,
Nunca será o que você espera. 

a plenitude do descontentamento

contou-lhe os ossos
do corpo martirizado
sem mais fibras ou
estilhaços
em pedaços
Ao final do dia,
Estará
ao todo
E eu, partida ao meio
Sem remédio
para o que veio e foi-se distante,  -
alheio.