Tuesday, December 23, 2014

Fotometria

quero fazer curta a vida,
com

pedaços de frutas

e flores

fiapos de chão

gramados

que vi por inteira

durante o caminho

do emento

pra casa

quero pairar pelas

formas desfeitas
de nuvens
esparsas
d'azul

manhãs de domingo

solares de tempo

correr

correr
colher o olhar
por onde vejo

quero rolar


Quero rolar,

Vejo por onde colher...

Correr, correr, correr

correr tempos solares de domingo

Manhãs azuis, esparsas nuvens,

desfeitas fôrmas...

Pairar, quero, para casa -

emento do caminho.

Durante minha vida inteira vi


Gramados,

chão de fiapos,
flores e frutas
aos pedaços

Com a vida curta,

fazer quero....











Wednesday, December 10, 2014

by your side

No final das contas nada disso faz sentido. não faz sentido vir a uma firma -  pública ou privada - sentar numa cadeira, diante de um computador e ouvir uma mulher, que só vi no máximo três vezes em minha vida, descontar toda sua frustração e menopausa em mim.

Nada disso faz sentido. Continuar seguindo essa trilha rotineira habitual e comum: estudar, trabalhar, "pra crescer".

Só faz sentido mesmo juntar acordes e notas.
costurar melodias,
harmonias,
tamborilar em cima delas.
transcrever metáforas e anedotas,

Tornar a vida mais simples, lírica e bela...

Respirar,
Ao seu lado.




Tuesday, December 9, 2014

[Live]

that's the time
go ahead
i can't breath

pay attention,
and relax

we're in a short invention
that burn whenever it's lights turn on

be cool,
stay alive
have fun

expose your mind

it's not sad
when you can't reach the tone
cause you have all the symphonies inside your ears
and you can always count with that song
to save your soul

Tuesday, November 18, 2014

Signo Volcano

muitas vezes eu
fogo
minha palavra chama
os pensamentos em
palavras cinzas
voláteis
- é uma questão de signo
talvez
insight ascendente
                em quê?
descendentes de memórias
torpes
sacras
mundanas memórias humanas
que persigo insistentemente
que abrigo acumuladamente
não moderadamente
numa overdose mal ensaiada de versos
signos significados significantes que quase sempre não
significam absolutamente nada.
ascendo pelo signo que me limita
transcendo pelo signo que não limita
memória
memória
frases não ditas
                minha eterna conjugação no futuro do pretérito
                meu ciclo de poderias
minha subjetividade vertida em matéria.
minha mente em erupção
meu verso
lava.
sinto: sou eu este vulcão
sou eu este vulcão
sou eu.

***

Gleise Almeida

Monday, November 10, 2014

Bolha

Turn off the lights
and leave me here
with me
my fears
and my dreams

Friday, November 7, 2014

Dust Lane - Yann Tiersen

"We are boys and girls
Of a new world trade union.
We just want to buy something.
We just want to lose control
Of our thoughts... Of our thoughts...."



Wednesday, November 5, 2014

(sem ti-tulo IV)

aqui, visto exatamente de onde estou

o tempo escorre
e não há filtro.
nesses encontros líquidos reencontrados
nessas manhãs iniciadas em nossa calma
em nossa cama
nossa alma, amor
solidificamos.
e de tanto a sós ficarmos
digo
anoiteçamos.
volte a noite, volte a madrugada
            corra o dia líquido fluido
volte à noite, amor
pois à noite
daqui de onde estou
me foge dos olhos essa
porta
por onde agora te
vejo
partir.

"...but do give
just give me today
or you will just scare me away
what we build is bigger
than the sum of two..."



Gleise Almeida

Tuesday, November 4, 2014

Midas

Se tem algo que eu odeio é esse povo que vê flor em pedra. Planta de pedra é limo, aquela coisa inerte, que mais parece morta. É trepadeira, aquele ser asqueroso, grudado à pedra, chupando o chão, se alimentando da imundície e se tornando parte integrante da imundície.

Explico. É que parece uma epidemia o olhar medíocre sobre o ser humano que elucubra sobre sua suposta beleza, seus supostos grandes atos. Se fala muito de calor humano mas ninguém vê que ao se tocar um ser humano se sente o mesmo do que se sente ao tocar qualquer objeto: um frio cortante e metálico. Um silêncio apavorante. E se, após tocarmos, tivermos a coragem de olhar nos olhos da criatura, mas tétrica se torna a imagem. Aqueles olhos amarelos brilhando de pavor.

Errar não é humano, o ser humano é que um erro, uma piada de mau gosto. Ora, não nascem flores nas pedras; arte, deus, liberdade, amor, política, compaixão, balelas! Só o que vejo sou eu, desamparado, cercado por esses amarelos.

Todas essas décadas vivendo minha vida. Trabalhando e produzindo. Colocando minhas mãos ao trabalho para produzir a minha paz, doando cada segundo e cada gota fria que sai de minha testa para comprar meu sossego, e o que ficou foram os pesadelos. Todas as noites mãos amarelas me roubam os filhos. Gigantescas picas de ouro matam minha mulher a pancadas no crânio, depois de estuprá-la violentamente. Eu, dentro de uma multidão de estátuas douradas tento andar sem me esbarrar em ninguém, mas um passo em falso e todas as pesadas figuras desabam em cima de mim e me esmagam. E mãos, mãos gélidas me tapam o nariz e a boca, me seguram duramente enquanto eu me debato até a morte.

Pesadelos. Esses dias eu tive mais um. Desses que, com o passar do tempo, você já não tem certeza de se você sonhou ou viveu. Eu estava deitado na cama pela manhã, e através da janela entravam os primeiros raios de sol do dia. A luz me tocava, mas eu me sentia frio. Tinha vontade de me espreguiçar mas não conseguia. Meus olhos estavam voltados para o teto branco, que naquela ocasião estava tingido com um reflexo dourado.


Luciano J. Fernandes

just saying

"i'm always drunk"

Monday, November 3, 2014

Embaçado

loucura a vácuo
espaço cheio.
pensamentos 

esvaídos
de

um corpo embaralhado

- - - - - - - - - - - - - - - - -

tento, penso, faço

----------------------------

Depois de um tempo

depois dos fatos.

tudo se arruma, 

de lado a lado.
do fundo 

de dentro
de fora..

de fato,

se acalme...


Friday, October 24, 2014

Stairway

sem pressa...

As coisas acontecem, 

a vida segue
como deve ser

O Tempo deixa de parecer carrasco
e torna-S e
melhor amigo

A fotos amareladas 

param de ser motivos pra saudosismo
e transformam-se em 

registros de cada degrau que seguimos

Mais um aspecto,
um espectro
O Septo
 por onde aspiramos


A vontade de viver

Os anos
que virão.



Wednesday, October 22, 2014

DENTRO DA MATA


"O ar estava tão denso que de vez em quando era preciso espantá-lo com as mãos, como se faz com mosquitos. A gente estava suado como se tivesse tomado chuva. Mas claro que não iria chover ali. Entramos num dos barquinhos salvadores.

Estava com a maior cara de que os donos tinham acabado de sair. Não podíamos esperá-los para que dessem permissão. Peguei a água que estava em um cantil jogado ali e dei para ela beber. Molhei um pano com o resto da água do cantil e dei pra ela morder. Afastei tudo da frente, e vi que o barco estava, como imaginado, limpo.

Não muito tempo depois, ouve-se o choro, cantando junto das cigarras.
Enrolei o bebê com minha camisa. Lavei na água do rio, para cortar o cordão, uma faca que estava no barco. E choramos os três.

Observamos as coisas dos donos do barco. O cantil, agora vazio. A faca, novamente lavada. Um cesto vazio. Uma mochila que não tive coragem de abrir. Sandálias de couro. Um radinho de pilha.
Ao sair, a gente deixou um pouco do pouco dinheiro que tinha e um bilhete: 'Obrigado pela manjedoura'."


Luciano J Fernandes

Wednesday, October 8, 2014

without you I'm like this:


Sala de estar

Enquanto te esperava por detrás daquela porta
Sua ausência me sugava a memória espalmada

e sem respostas para o que parecia ser:

Estribilhos coloridos

Lantejoulas azulejos!
Outros tantos poucos segredos.


Me pergunto se te conhecia a ponto de 
nos reconhecermos assim no escuro

Mesmo antes da resposta,
Reformulo
a pergunta 


Pra não soar descrédula, ou coisa assim

...

Talvez não estivesse
Por detrás da porta certa
Esperar você, seria contradição

Não nos esperamos.

Afinal,
somos


Somos. E que beleza isso tem!

Somos
nossos 

longos
novos
laços
em

um


.









Friday, September 26, 2014

Rec 00006

Staying in this Drop
I would never choose

I told that I couldn't  being
like this,
I told

But I'm so unknown

And keep running
keep running
keep down

Don't you know I'm around

Right on round
Right on round

Lights turns out

Let's  break out!


Wednesday, September 24, 2014

Crisântemo

“...gosto de andar descalço. Sapatos fechados (daqueles de executivos, de pseudo advogados, de aspirantes a qualquer coisa no serviço público) não deixam meus pés respirarem. É como usar camisas abotoadas até o pescoço. É como ter nos braços o peso de um relógio que me escraviza no tempo, para me fazer sentir o peso das horas, para que o tempo meça e limite tudo aquilo que meus braços suportam. Não. Não uso relógio. Não uso sapatos de aspirantes à classe média B. Não tenho intimidade com sequências de botões verticalizados, enfileirados, cada um com sua “casa” correspondente. Não tenho paciência. Abotoo até a metade, gola aberta, sem camisa, ponho óculos escuros, a corrente de ouro, reflito Leminski.

Por outro lado, às vezes sinto uma enorme necessidade de terra, de cheiro de terra, de pôr ‘sapatos de aspirantes a qualquer coisa’ só para tirá-los e andar descalço na terra úmida, sentir os pés afundarem cinco centímetros na lama do quintal de casa, correr na lama, escorregar, cair de bunda, o cachorro lambendo meu rosto, me jogar no rio de onde vem o peixe da janta, ver os peixes coloridos no raso, mas
não ser raso
e nem ser a todo tempo profundo
mas ser infinito, e sentir a terra, e sentir a água,
e sentir os rios de mim, e sentir,
e sentir e viver, e ver o sol, e ser os raios de sol,
e ser o calor, e ter braços de caber o mundo,
e ser eu o único mundo que me suporta e, os seres, meus horizontes de afetos ilimitados.”

Ana olhava pra mim meio que encabulada, exclamativa, como se muitas perguntas viessem a sua mente de uma única vez e ela não conseguisse alcançar nenhuma delas. Seus olhos percorriam novamente meu texto, tentando decifrá-lo, tentando me decifrar. Queria dizer pra ela que não, Ana, a cifra é tentativa eficiente, e às vezes ineficaz. A palavra não suporta a densidade da subjetividade; o importante é o interdito, assim como as entrelinhas e os silêncios. Acho que ela não entenderia. Finalmente, ela rompeu o silêncio.

- Mas Chris, em tua casa não tem quintal, tem?
- Não, mas eu gostaria que tivesse.
- Pois é. E que rio é esse? Nem tem rio por aqui!
- É, mas eu gostaria que tivesse também.
- É. E que história é essa de que o Leminski não abotoa camisa?
- Ah, tem uma foto na internet que ele tá com a camisa aberta quase que até a barriga, com uma flor na mão, óculos tipo aviador. Ta, não é uma camisa, mas no conjunto ele tá parecendo aquele cantor, o Falcão, sabe? Só que sem aqueles trecos que a gente nunca sabe se vieram de uma lojinha de artesanato ou de uma lojinha de R$1,99.
- Sei. Mas assim, não sei de onde tu tira essas coisas! E que preconceito com as pessoas do serviço público...                   quando foi isso?...             caramba!                Tu nem gosta de praia, Chris!...

Depois daquela resposta sobre o Leminski, pouco ouvi do que a Ana falava. Peguei de volta meu texto. E ela continuava falando e falando e falando interminavelmente. Pensei, li novamente, pensei de novo no que ela falou. Eu não sabia ver os fatos, ver as fotos, ver o que quer que fosse e dizer depois, literalmente, o que eu havia visto. Eu sempre queria acrescentar algo. Não para trazer perfeição, mas pra que a foto virasse cena, minha cena, e as pessoas fossem meus personagens, e tudo fosse um grande espetáculo. Lembro que, por um breve momento, Ana parou de falar. Eu ainda tinha o texto em minhas mãos. Muito breve.

- Chris, eu acho que entendi o que tem no texto, assim, de modo geral.
- É?
- Sim. Você quer tudo perto, tudo que te faz bem, todos os sentimentos. Mas, ao mesmo tempo, aquilo que te faz mal, tu afoga no mar, por isso que tu fala de profundidade e de rio. E no final tu fica feliz porque tem o quintal, tem o cachorro, tem a lama e tem o peixe, né, daí tu come...
- É, tem a ver com ser feliz, com afetos, sentimentos... Tu entende a diferença? De afeto, sentimento, contração, expansão e tal...?
- Entendo. É tipo “amar e ser amado”, “beijar e ser beijado”, “foder e se foder”, e tudo isso nos leva de volta ao amor, né?

Ana... Eu queria dizer a ela que a ideia não era essa, mas eu ri tanto com o que ela disse, que não tive como continuar a explicação. Nós sorrimos. Sorrisos largos, sorrisos sinceros, sorrisos de não caber nos lábios, de extravasar pelos olhos miúdos, covinhas no rosto, bochechas expandindo. Eu queria dizer pra Ana que era exatamente isso, só não sabia como. Mas não era necessário.


Gleise Almeida,
           
Alquimia Sensorial

Tuesday, September 9, 2014

Obituário

[Oh, baby
    you look so fucking boring now]



    foi-se o sentido.
    
não o procuro
    nem guardo o que foi -

    nas claras águas
    azularam-se as imagens
    turvas estão as memórias
    de dias atrás

    ora!
    não quero fazer elegia
    a um sentido herege
    nem ode
    ao ideal profano
   
    ideal
    ideal
    ideal
    desajável
    momentos para
    refazer
    as
    memórias
    aprisionadas nos cantos da cidade
    nos cantos das calçadas
    no canto bolorento
    empoeirado
    silenciado
    pelo ideal abortado.

    legalizo.


    faz-se a cicatriz.

    não mais a dor de outrora,
    face à cicatriz.    

        foi-se o sentido.
        não o procuro
        nem guardo o que foi -


    nas águas claras dos dias
    pausas, refrões e sorrisos
    de novos ideais que eu persigo
    em novas odes profanas.

***   

"And a fall from you
is a long way down
I've found a better way out"




Gleise Almeida

Gimme one more

Lay down,
 Sleep with my-own-self

There she goes

to the end of the Tub

Has nothin to sing

To draw

There's just her work to borrow clouds to the floor

And cigarrettes to the mouth

LIfting that zipper with clicks


So drink Black/Gold/Green Beers.

Friday, September 5, 2014

Produção em Série

Padrão de Lote
de Corte -
Vestido.

Não me encaixo
em nenhum

paradigmamos

que esse é só o contraverso

invertido pelo avesso
do enxerto
nocivo
habitual

Eu diria:

"sejamos então prolíferos

prolixos
laurívoros
Disléxicos"

Mas não - 


A real, afinal,
são os nós fixos
abotoados
em bottoms
do cérebro.

Julgamento - Ilustre boçal. 


Tijolo [trajeto resumido]

Quando te conheci não era por birra por nada.
Os meses passaram.
Pessoas...

>
Início
APOGEU
agonia
DEATH
___________________


||

CALMARIA
sedimento
CONSTRUÇÃO

Após  "Torrência"
vem paz/harmônia/equilíbrio


>>>

Ponto
e fim?

Reticências.

Suas palavras são estampas
reconstrutivas
do processo.

Enfim,
Caro amigo,
Namastê !

Thursday, September 4, 2014

Janaína



Iemanjá - Vanessa Lima

We Used To Wait - Arcade Fire






I used to write
I used to write letters
I used to sign my nam

I used to sleep at night
Before the flashing light settled deep in my brain



But by the time we met
By the time we met the times had already changed


So I never wrote a letter
I never took my true heart, I never wrote it down

So when the lights cut out
I was lost standing in the wilderness downtown


Now our lives are changing fast
Now our lives are changing fast
Hope that something pure can last
Hope that something pure can last

Now it seems strange
How we used to wait for letters to arrive
But what's stranger still
Is how something so small can keep you alive

We used to wait
We used to waste hours just walking around
We used to wait
All those wasted lives in the wilderness downtown

We used to wait
We used to wait
We used to wait
Sometimes it never came
We used to wait
Sometimes it never came
We used to wait
I'm still moving through the pain


I'm gonna write
A letter to my true love
I'm gonna sign my name


Like a patient on a table
I wanna walk again
Gonna move through the pain


Now our lives are changing fast
Now our lives are changing fast
Hope that something pure can last
Hope that something pure can last

We used to wait
We used to wait
We used to wait
Sometimes it never came
We used to wait
Sometimes it never came
We used to wait
I'm still moving through the pain
We used to wait
We used to wait
We used to wait


We used to wait for it
We used to wait for it
Now they're screaming "sing the chorus again! "

We used to wait for it.
We used to wait for it.
Now we're screaming "sing the chorus again! "

I used to wait for it
I used to wait for it
Hear my voice screaming "sing the chorus again! "


Wait for it!

Monday, August 25, 2014

Two - | e ela

I'll be right back
as soon as you admit
that you miss
but
you forgive
every lip
that I drank

Let's blink !.

Let the left side
of my bones,
Let's floating up right back to our Soul

rest in peace

Tuesday, August 19, 2014

Without dresses

My body still speaking,
 although the floor leaving the door
with all those fears behind...

Now blinks my thoughts
and let throw out

what's messing around -
inside

Wednesday, July 23, 2014

Estórias de Bolso: Eduardo e Pâmela | Capítulo VII - Full Glasses

O tempo que se passou para tirar Rana do meio daquele aglomerado mercante, não foi pouco mais de 10 minutos. Para Rana ruiva, a eternidade da respiração pós-vida aconteceu ali- entre o centro comercial e a casa de Tarso, que não era muito longe.

Pés, alpercatas, sandálias barras de longas saias...

Todas as coisas que bailava frente e verso 
frente/em cima do rosto de Rana.

Mais alguns metros e estaria abastecida de si.
O suor que ficou no meio do caminho não passou de rastros do recipiente outrora vazio - seu corpo. 

"É preciso ter muito de si dentro de si mesmo."

Rana teve a certeza de tal epifania.
Lenço macio,Vulgos delicados e o vento de brisa
Atmosfera era outra.
 Afável, gostosa, sensível.



De tão confortável fez Rana acordar.


- Onde estou?


- Red Lady! Thank's Alah, your're fine!

CAPÍTULOS ANTERIORES:

Cap I - Last Night
Cap II - Happy New Year
Cap III - Deep Inside
Cap IV - Another Step
Cap V - Across The Universe
Cap VI - The Flower


Spring


Translate your soul besides your time. 
The time, 
that time 
Our lives are running 
tic-tac

. . . 

In this time
We're running-
[we're Running]
And running-
and going too fast to the other side

Let's plan
the other side

Let's reach that time...

Let's start the other season 
The new one.