Friday, May 30, 2014

O Cigarro de depois

Contorno da perna aberta,
Faz carinho...
Acaricia.

Deitados -
 ela descansando com braços abertos olhos pra cima
 ele repousa suave e suado em sua barriga.

...

"cantarola algo . cantiga de sono, amor e delicias"

O timbre da voz, como aderência
se infiltra.
O amacia por dentro e afaga a pele dos sentidos

Estão juntos de novo.
Entrelaçados.

A mão de mulher que passeia em sua cabeça
O faz querer passear por sobre ela.

Estão sendo de novo
Um, por dois entrelaçados.

Teço um traço sobre o tempo
Desatento faço deste instante infinito..
Momento em que meu
viram
os
seus. 


Weik

Wednesday, May 28, 2014

My Child - Plumb

" (...)

Your eyes
My eyes
Your smile
My smile
Your love,My gain
Your hurt
My pain
Your laugh
My joy

Every time, it's mine....
You are my child"

Tuesday, May 27, 2014

Antes do Banho

Taciturna.
A pele, por dentro, grita.
Quer água,
quer se afogar
em cada gotícula.

Cachoeira,
se vá!

Cachoeira
lasciva

Atende logo essa prece legítima
Sílvica
Liiiiiiiiiquida.

Sá.

Vá.

Saravá já
Logo lá

Vá-se logo
se banhar!




Monday, May 26, 2014

Sobre o dia hoje e os amantes da arte.

éramos Alma mesmo!
Todos asas.
Confluentes.
Saciados pela insaciedade
da matéria em Obra;

O processo desprocessado
 assumido - Era aquilo!

Um estado de admiração
constante,
entorpecente,
onírico!




  

Sunday, May 25, 2014

Childhood (Cadeira de Balançar)

I was thinking - your eyes
I was dreaming wake up
Sometimes I like to  pretend that I don't care;

Last night I was trying to play guitar
Just trying,
Cause' I knew I wouldn't get it.

But even ashamed
I was wondering
how much I like you.

I didn't say to everyone
Not even told to my mom,

but sometimes,
when I'm alone...

I compose ballads.
I hear angels.
I see stars
I draw flowers
I write poetrys
I kiss lyrics
And I remember,

How beautiful life can be.

Wednesday, May 21, 2014

Diacronia

Era uma aura Radiante! Muito diferente daquela água barrenta que passava por debaixo de nós naquele prédio.
O desenho das escadas, cada traço da planta,  permanecia no mesmo lugar que ocupavam anos atrás, no entanto, agora havia luz. - Imensidão...

Do lado esquerdo, a recepção que sempre esteve meio vazia.
Desci um lote de escadas e não era mais  lá a entrada para a saída.

Fui pra esquerda, e tentei o corredor a direita. Ambos fechados, mas o chacra estava aberto.
Não senti cansaço, nem fiquei confusa em nenhum momento. Na verdade parecia mais encantamento mesmo, paixão! Deslumbre. Queria ver os espaços como tinham ficado, afinal de contas, já fazia tanto tempo...

Caminhei mais um pouco e de repente, já me vi encontrando a porta dos fundos. Era um portão lindo!

Em cima tinha uma sala de vidro. Parecia um aquário. E talvez fosse por que as pessoas flutuavam dentro dali.
O professor - sim, havia um professor- devia ensinar biologia porque tinha um singelo animal em sua mão. Uma espécie de hidra, um cnidário. Um plasma que se locomovia por entre todos, em plena sala!

Atravessei o portalhão, sem querer atrapalhar a aula e a saída era entrada para o final da vida.

Um jardim, belo jardim!
Um mausoléu, talvez. Tinha tom de tez aurífera.

Era lindo. As paredes de mármorie, como daqueles santuários gregos antigos, tinham plantas , inúmeras plantas grudadas nelas.


Não haviam estátuas, esfinges

apenas seres vivos,
porém ainda não os via.

No meio do espaço um rio (Ou era uma piscina?)


Tinha sabor de antiga,

mas não era suja,
era linda!

me sentei, em beira d'água

meus pés sentaram comigo

o vento amacia

o tempo inexiste.

Logo atrás quem vem é o professor de biologia.


"Esses nomes na verdade nem existem aqui. Sei do q'está falando porque estudo muito o translado das dimensões." - ele disse, sem me falar.


D'um jeito que não sei explicar

espalhamos mais sobre nós mesmos.
Nos espalhamos

"Vamos devolve-lo?" - disse o (não)professor, sem falar, sobre o bichinho, o "cnidário" (que no meio das trocas fiquei sabendo também que não era um cnidário.)


"Sim, claro!".


Ele foi na frente e (não) nadava,

esse verbo também
existir
não devia.

Quando transpassei a superfície, me senti!

Finalmente!
Me vi.
Era eu ali!

Plena

E mais ninguém, pois tudo:
As plantas, a água, os pés, o cnidário, os outros animais, o professor...

Absolutamente TUDO era eu!

E eu era tudo.

E nós éramos diferentíssimos,

porém éramos UM SÓ.

e lá estávamos em plena copulação de vida!

- Profusão/Coesão
quando as mãos beijaram as minhas.

Sentamos beira d'água e as gotas não molhavam, eram parte do suspiro.


Nos trocamos mais um pouco quando Ivan me disse


"vamos, Ana, já estamos indo."


Não sei porque, mesmo sem tempo, houve hora pra ir.

Estavam todos retornando pra o mesmo lugar d'onde partiu.

Olhei pra o professor olhando

E ele sem falar, e sem sorrir - sorriu dizendo adeus.

Então, daquela imersão, saímos.


E eu abri os olhos. sob o teto branco do meu quarto.

Olho pro lado. são sete e quinze.

Voltei de viagem.


Look at the stars, Look how they shine for you

BREU (DEEP SKY): Telescópio Hubble flagra efeitos da interação entr...: Galáxias tiveram seu formato alterado por interação. NGC 4485 e NGC 4490 já estão se distanciando uma da outra. (G1) O telescópio espac...

Monday, May 19, 2014

FLOR-DE-MAIO


Entre tantas notícias do jornal - o crime do Sacopã*, o disco voador em Bagé, a nova droga antituberculosa, o andaime que caiu, o homem que matou outro com machado e com foice, o possível aumento do pão, a angústia dos Barnabés - há uma pequenina nota de três linhas, que nem todos os jornais publicaram. 

Não vem do gabinete do prefeito para explicar a falta d’água, nem do Ministério da Guerra para insinuar que o país está em paz. Não conta incidentes de fronteira nem desastre de avião. É assinada pelo senhor diretor do Jardim Botânico, e nos informa gravemente que a partir do dia 27 vale a pena visitar o Jardim, porque a planta chamada "flor-de-maio" está, efetivamente, em flor. 


Meu primeiro movimento, ao ler esse delicado convite, foi deixar a mesa da redação e me dirigir ao Jardim Botânico, contemplar a flor e cumprimentar a administração do horto pelo feliz evento. Mas havia ainda muita coisa para ler e escrever, telefonema a dar, providências a tomar. Agora já desce a noite, e as plantas em flor devem ser vistas pela manhã ou à tarde, quando há sol - ou mesmo quando a chuva as despenca e elas soluçam no vento, e choram gotas e flores no chão. 

Suspiro e digo comigo mesmo - que amanhã acordarei cedo e irei. Digo, mas não acredito, ou pelo menos desconfio que esse impulso que tive ao ler a notícia ficará no que foi - um impulso de fazer uma coisa boa e simples, que se perde no meio da pressa e da inquietação dos minutos que voam. Qualquer uma destas tardes é possível que me dê vontade real, imperiosa, de ir ao Jardim Botânico, mas então será tarde, não haverá mais "flor-de-maio", e então pensarei que é preciso esperar a vinda de outro outono, e no outro outono posso estar em outra cidade em que não haja outono em maio, e sem outono em maio não sei se em alguma cidade haverá essa "flor-de-maio".

No fundo, a minha secreta esperança é de que estas linhas sejam lidas por alguém - uma pessoa melhor do que eu, alguma criatura correta e simples que tire desta crônica a sua única substância, a informação precisa e preciosa: do dia 27 em diante as "flores-de-maio" do Jardim Botânico estão gloriosamente em flor. E que utilize essa informação saindo de casa e indo diretamente ao Jardim Botânico ver a "flor-de-maio" - talvez com a mulher e as crianças, talvez com a namorada, talvez só. 

Ir só, no fim da tarde, ver a "flor-de-maio"; aproveitar a única notícia boa de um dia inteiro de jornal, fazer a coisa mais bela e emocionante de um dia inteiro da cidade imensa. Se entre vós houver essa criatura, e ela souber por mim a notícia, e for, então eu vos direi que nem tudo está perdido, e que vale a pena viver entre tantos sacopãs de paixões desgraçadas e tantas cofaps de preços irritantes; que a humanidade possivelmente ainda poderá ser salva, e que às vezes ainda vale a pena escrever uma crônica.


* Crime do Sacopã: crime acontecido no Rio de Janeiro, na década de 1950.

Rubem Braga



Sunday, May 18, 2014

Pêndulo I - Primeira volta

Percebi hoje,
que nunca fui teu.

Te amei por mais de uma noite.
Mas foi tudo
o
que deu

E se me sinto jogado,
abandonado
por um dia ou dois

Ainda sei o teu nome,
Te chamo

e você diz:

"Meu bem, o que foi?"

Por mais que tente,
não estou a mercê
de alguém que sirva
Pois você
já me serve
de
marola
pra dançar
frente ao mar

Por isso você também não é minha,
mas sei que sente
mais minha falta
que eu a tua.

Mesmo estando à tua escuta
Um dia hei de te faltar...

Hei de faltar.
E a decepção.
ecoa
Arboriza
a nossa

relação
des-medida.

Saturday, May 17, 2014

Hey Jude !

O Lado do Sobrado

Não, não me deixe assim.
Não se vá sem dizer adeus.
Não alvoreça antes do dia nascer

Porque ainda volto, meu bem,
pra te ver.

Ainda volto, meu bem,

Pra fazer 

Um novo lado
do sobrado - meu.

Um lado que não se esmoreça
antes do amanhecer.
Um lado em que eu esteja

Sem vazio de horas,
Sem matriz de hiatos,
Sem burburinhos calados
entre nós.

Um lado em que eu repouse.
Você sobre mim -
Deite.

Do lado ocupado,
descanse.

Deleite!


Wednesday, May 14, 2014

Os Ombros Suportam o Mundo

Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.


Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.


Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teu ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo
em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que
a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.



Carlos Drummond de Andrade

Choro

A tristeza emudece o corpo,
não a alma

Monday, May 12, 2014

Garrafa Quebrada

Me vejo assim...
Alta,
móvel,
frágil -
quebradiça.

Como vidro de espelho saturado
de tantos
retalhos,
Fragulhas.
Reflexo cansado.
Farto,

Estou cansada  de tudo isso!

de tanta fresta de desempenho
e traços refratados subjulgando
meu espelho.

Quem sou,
quem me vejo?


Sunday, May 11, 2014

Zizi Possi - Filho de Santa Maria

"Aqui tô eu pra te proteger 
Dos perigos da noite, do dia 
Sou fogo, 
sou terra,
sou água,
sou gente 
Eu também sou filha de Santa Maria!"

Wednesday, May 7, 2014

MÊ DE MÚSICA #7 - Rock Maldito!

Essa galera Rock N'Roll
se veste e sai,
camufla e você nem desconfia.
Porque Atitude Rock'N Roll
não tem a ver só com caveiras
e blusa preta.

https://www.youtube.com/watch?v=pSp5aa5tCi0

Tuesday, May 6, 2014

Pena de Morte

Ceifaram um 
dois,
quatro

vinte 

cento e oitenta e oito
em postes -
amarrados. 

todos d'um jeito
tragados

pelo Ódio que se uniu.

De um
dois,
vinte
e
quatro

são as horas que

de novo se passaram sobre os mesmos fatos
diante olhos - nossos
e não fizemos nada para impedir!

Mas o que faríamos se

de toda uma 'inumeração'
basta apenas

Um
comando-coercivo

para disparar
O impulso coletivo

que deságua
nessa 'nefastidão'?

A alma some
corrói
adoece.

A vida morre
interrompe
esmaece

é mais um
que vai e nem se despede
por não saber:
há nova
pena a
cumprir.

Monday, May 5, 2014

Estórias de Bolso: Eduardo e Pâmela | Capítulo IV - Another Step

O teto se desfazia todo a sua frente
e o único  movimento que Pâmela conseguia fazer era mover os dedos..
Tamborilava descompassada
alguma música que surgia no subconsciente - dislexa.
 A impressão que tinha
era  que o dia passado ainda vingaria

na verdade o primeiro dia -
aquele em que tudo começou -
ainda acontecia

Parecia ter apertado o play
e ainda sem pause
cronometrado
estava no mode on
Vivia...

Não sabia ao certo, o quanto de tudo
digeria,

mas já era hora de juntar seus trecos
e  iniciar o outro Dia.

- Vou tomar um banho!





CAPÍTULOS ANTERIORES:

Cap I - Last Night
Cap II - Happy New Year
Cap III - Deep Inside


PRÓXIMOS CAPÍTULOS:


Cap V - Across The Universe
Cap VI - The Flower




Há Copo lá.

Traço bem sua cor e suor que enxarcan em cima de mim
E as marcas do a fan de nós dois.
Tinha gosto de pele seu cobertor esparramado
por cima, meu corpo
Nós dois dentro -
um no outro.

Sunday, May 4, 2014

Agonia

Foi engramunjando aqui por dentro,
o estômago,
as entranhas
a clavícula
e a jugular

cada vez que se via aproximar
o momento de
dilacerar
a liga
que nos une.

E é muita tênue a vontade de voar
e desistir de viver.

É muito próximo o encanto pelo futuro
e o enfado pelo presente acaso.

Cada fluido que viaja pela corrente
é que se encarregará de
escrever
o final
do último parágrafo
desse capítulo



Enigma

O que, em sua cabeça, se passa?
Isso nunca vou saber!

Se ao som da meia banda, se encantou.
Se por tom de meia boca, enciumou
Ou se nem te faço falta,
e despercebida, passo ás suas vistas.

Eu não sei como te traças
os momentos,
as pessoas,
os olhares
...

Qual a tua configuração?

Talvez, seja isso o que mais me fascina
no fato
de me esbarrar
com você nessa vida.