Thursday, April 14, 2016

Fosco

Fui me descolorindo toda
Até não sobrar nenhuma folha
Para contar quão bela
Quão simples
Quão lírica ela
é.

Agora estou toda cinza
Toda íngreme
De dentro
pra fora

mas, por pouco tempo...
é só uma parte de agora.

Tuesday, February 23, 2016

Polissemia (out of the box)

Redescobri o meu guarda-chuva nesses dias de calor e sol escaldante.
E percebi que talvez não haja tanto de alquimia nesse negócio de ressignificação das palavras. Ora pois, se aqui é o inferno, e não o de Dante, por que reclamar as mesmas queixas todo santo dia?

Por que carregar o mesmo carma toda a vida?
Como posso esperar resultados diferentes se faço o de praxe ?

Continuaria escalpelando a minha alma
Desfalecendo o meu corpo
Derretendo a minha ergometria?... Não!

Decidi trazer comigo, à tira-colo, não um guarda-chuva, e sim uma "sombrinha".





Monday, January 18, 2016

the kick (open round eyes)


Stop the blidness!
Now it's time to stand up on your feet  
and get your thoughts done


You spent a time on vacation,
That's cool, it's fine
It's something we're all needed it

But
You're not a magician
You're an artist

And nothing will be done except if you wake up 
make your sins happen and show to the world your target:

Grab your fingers,
and order one more couple of coffee for the round

'TIN'

tic-toc-12clock-it'stime






Friday, January 8, 2016

Preta peterida

por Gislene Ramos

E nessa vida a gente escolhe 
Ou é escolhida? Pergunta a preta preterida.

Bonita. Gostosa. Exótica. Pra uma negra.
Forte. Resistente. Aguenta. Porque é negra.

Já escutou 'Quer comigo namorar?"
Ou mesmo um "Vamos Casar?"
Mas sua família vai aceitar?

O que é isso, preta...
Racismo com essa gente não há.

É mesmo só uma questão de gosto.
Essa é branca. Mas aquela também era.
Que coincidência. Branca de novo. 
Ah, morena. Outra. Branca. 

Não chora, preta.
O problema não é você.

Mas a gente sabe: o problema é você!

É sua pele. É seu nariz. É seu cabelo. É sua boca. É sua bunda. É sua dança. É seu suor. É seu sorriso. É sua lágrima.
É sua dor. É sua luta.
É sua história.

Sorria, preta preterida.
Amanhece em si
E seja sempre 
A preferida
De ti.
.
.
.


Poeta: Gislene Ramos >>>> http://gisleneramos.blogspot.com.br/
Arte: www.samspratt.com

Thursday, December 17, 2015

worm little bastard

you're not as strong as you think.
You're not even important for the course of the time.
We're all running away from what you think
We're living our lives
We're super heroes of ourselves
And thinking  of you is a waste of time.

;]


So, make a favor to us all,

kill yourself or suck my kiss

Monday, November 23, 2015

Até virar estrela

Algumas coisas aprendi depois de muito machucar a mim mesma e a quem mais me ama.
Independente de quantas brigas, ou do peso que carregamos, hoje, nos tornamos livres e exímios de maledicência.
Não importa os pedaços que ficaram no meio do caminho, ou as pessoas que não seguiram.
Se agora a mão que apedreja outro dia te afagava, tudo bem... É assim mesmo. Vale a pena certas experiências e sacrifícios.
No final das contas, o excesso vai e o essencial fica
E o que fica,
leva-se pro resto da vida. 



Wednesday, October 7, 2015

Carina e Eu

Encontrei Carina hoje no ônibus. Ela estava mais magra, mais cansada, com olheiras... E mais linda. Não sei se foi o calor infernal, ou a nova cor do cabelo, mas todo o frame "desfavorável" só a fez ainda mais interessante para mim.

Agora, depois de algum tempo, pude notar melhor alguns detalhes de suas tatuagens: O Shiva desbotado, a coruja-joaninha que o amigo dela chama de ET, o coração pequenininho avermelhado na mão direita... Tudo parecia sincronizado com os movimentos de seus braços. 


Ela falava coisas enquanto sorria feito bêbada, sua voz estava alta, como quando se fala em boates ou em shows, e mesmo com o aperto entre as pessoas até o fim do ônibus, as palavras que ela dizia só ficavam ainda mais atraentes para mim.

Ela contou como lugares públicos lhe serviam de inspiração para escrever as suas peças de teatro, e falou também o quanto detestava as pessoas metidas na nova faculdade que estava frequentando. Seu curso ainda era insípido, mas poderia conquistar seu paladar com o decorrer dos semestres. O que ela quer mesmo está muito próximo a mim, e isso me anima. Esse ano vai fazer vestibular de novo, e quem sabe se esbarrar comigo nos corredores de algum prédio.

Não sei se fui tão interessante para ela, quanto ela foi para mim, mas semana que vem vamos nos encontrar pra dropar um doce ou só ouvir música mesmo...